29 de setembro de 2013

SER UM PAI COM O CORAÇÃO PRÓDIGO DE MISERICÓRDIA



“E disse: Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei
contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.”
 Lucas 15, 11-24

Um dos mais famosos ditos populares repetidos constantemente pelos pais aos seus filhos, acredito que seja “Quem anda com porcos come farelos” e normalmente os filhos respondem “Ih pai, nada a ver” ou simplesmente batem a porta do quarto, quando entram na idade de fogo da criação, que creio ser a adolescência, onde os “ânimos e hormônios florescem” e parecem assumir as rédeas da educação. A Bíblia nos conta na parábola acima a história de um pai que passa pela situação, em que seu filho o confronta a sair de casa e ainda pede que sua parte da herança lhe seja antecipada para que este possa conhecer a vida do mundo lá fora. O que fazer com os chamados filhos pródigos? No meio cristão é um jargão muito usado para dizer acerca dos filhos de crentes que se desviam dos caminhos do Senhor. Difícil realidade não? Colocando-se no lugar do pai descrito na parábola, poderíamos ter uma gama de reações se como pais vivenciássemos tal situação, mas o pai preferiu deixar que o filho seguisse a sua escolha.

Esta dinâmica familiar é extremamente comum no meio cristão e também fora dele, mas ataviando-se aos filhos evangélicos, podemos dizer que nesta fase é quase um clássico bem desagradável com que os filhos queiram afastar-se do Evangelho ao qual foram ensinados. O Senhor Jesus já deixou registrado esta passagem na Bíblia penso eu na minha limitação humana, por uma infinidade de possibilidades para que pudéssemos ter o entendimento de Seu Amor, espelhar-se nele desde a vida ministerial até o âmbito familiar. Para os pais, no primeiro momento é muito frustrante, revoltante e uma angústia, ver aquele filho que você empenhou-se tanto para educar, ensinar e tornar-se impotente e expectador de suas escolhas erradas, e engana-se o fariseu que pensa que isso só acontecerá com pais que pecaram ou fizeram alguma coisa errada na criação dos filhos.

A Bíblia já prova para o ser humano que todos são pecadores, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” como diz em Romanos 3,23, o que acontece muitas vezes no meio cristão é que as pessoas anulam a verdade da Palavra. Pródigo no sentido literal significa esbanjador ou gastador, é comum que na juventude o filho queira “esbanjar a sua vida” assim como o ímpio que não conhece a Deus também o faz.


Creio que a parábola do filho pródigo nos ensina muitas coisas como pais. O pai relatado na passagem bíblica ensinou o seu filho no caminho que deveria seguir, mas este fez a sua escolha e seguiu o seu caminho, assim como o homem no Éden, que preferiu experimentar o fruto do pecado ao invés de seguir a orientação do Pai, e por causa disso teve sua queda espiritual, não teve responsabilidade com seu livre arbítrio e colheu a recompensa da sua má escolha, andando após o caminho de seu obstinado coração que gera a morte, física e espiritual.

Este pai com imenso amor ainda proveu o filho de recursos, antecipando sua herança mesmo sabendo que a jornada do jovem acabaria mal e que este gastaria todo seu patrimônio. Com paciência amorosa aguardou este filho, assim como o Senhor aguarda aqueles que dia após dia resistem à salvação oferecida na cruz por Seu Filho Jesus Cristo, mas na fé de rever este filho, esperou. Este pai intercedeu fervorosamente por este filho enquanto aguardava sua volta, e vigiava na porta esperando pelo milagre da salvação e ressurreição espiritual deste filho.

Da mesma maneira, nós como cristãos, devemos nos espelhar neste pai amoroso, que com tão grande misericórdia criou seus filhos, e ainda que se os nossos porventura vierem a se desviar, podemos crer no Senhor, nosso Deus, que o pecado não prevalecerá em nossa casa e em nossa família. Pois somos filhos da promessa de Deus e sobre nós paira a salvação de Jesus Cristo que atesta em Atos 16,31 “E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.”


Mas como os pais podem manter os corações puros no tempo da espera? O que fazer para que os maus sentimentos não contaminem a sua fé? Saber receber o filho que ora irá se arrepender e ter atitude como pai do filho pródigo recebeu, alegre e disposto, pronto a festejar exige uma cura espiritual e virtudes, que só o poder de Deus pode realizar na alma dos pais. A receita que aprendemos com Deus nesta parábola é o amor.

Contudo sabemos que o Pai nos ama em todo tempo, quando somos justos e também quando erramos, o Senhor não deixa de nos amar. Os pais que estão vivenciando o afastamento dos filhos precisam pedir diariamente Graça, ajuda e favor do Espírito Santo de Deus nesse tempo, pedir que o Senhor venha tratar as feridas da alma, e buscar incessantemente em oração a virtude da cura, para si e para o filho, clamar a Deus com jejuns e súplicas, para que possa receber este filho que voltará machucado, ferido e arrependido com compaixão e um coração pródigo de amor e misericórdia*

Caminhando na fé,
Forte Abraço,

Tatiana Souzza.

IMAGENS: Pompeo Batoni/ Frostad - prodigal son turning point/ Guercino - Return of the Prodigal Son


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