19 de fevereiro de 2014

BABEL DIGITAL

CRISTIANISMO NA ERA DO FACEBOOK 







O Facebook é uma poderosa ferramenta de comunicação que revolucionou as nossas relações na sociedade. Permite uma dinâmica de  várias interações, sendo um excelente meio para troca de mensagens, marcação de eventos, seguimentos sociais, entre tantos outros... Tem mudado a história política de países através da massificação de informações e sua velocidade de atingir a sociedade. 

Atualmente é a maior rede social do mundo, tendo já ultrapassado a barreira dos 500 milhões de usuários ativos, mantendo um ritmo de crescimento elevado (segundo rumores o número já chegou aos 600 milhões). Se o Facebook fosse um país, seria já o terceiro mais populoso do mundo, perdendo apenas para China (1 339 130 mil habitantes) e da Índia (1 184 513 mil habitantes), ultrapassando os Estados Unidos da América, que têm 309 944 mil habitantes.

Festas incríveis, piqueniques no parque, drinks na praia, pés na areia, crianças fofas e cachorros lindos espelham, o retrato de uma sociedade impecável e sem defeito, todos com dinheiro e passeando, comendo em bons lugares e viajando, um tamanho sem fim de filosofias de vida e todos desejando o bem de todos... Eis a questão? Esta vida existe???



Espelhar-se no outro para avaliar a sua própria vida é um comportamento comum do ser humano, nada muito saudável, mais infelizmente automático. O triste das redes sociais, é que elas conseguem deixar a felicidade alheia mais sedutora, transformando pessoas e situações em ideais de vida. Segundo Montesquieu “Se quiséssemos apenas ser felizes, seria fácil. Mas queremos ser mais felizes que os outros, o que quase sempre é difícil, já que pensamos que eles são mais felizes do que realmente são”. Um dos erros mais comuns nessa busca é ignorar que, por trás de cada imagem linda e maravilhosa existe a vida real.

Quando se fala em cristãos então, aí a coisa fica pior! Existe uma leva de crentes super heróis que não admitem nenhum tipo de reação ou comportamento natural do ser humano, como tristeza, saudade, raiva e por aí...vai. Qualquer tipo de sentindo ou desabafo que se poste, é motivo de censura! Queridos...Jesus chorou. Está em João 11,35, o menor versículo da Bíblia, o que significa que este tipo de emoção é natural no homem! Perdurar neste tipo de comportamento é que é o problema.



O teórico britânico Tom Chatfield, autor de Como viver na era digital, lançado pela editora Objetiva com o selo da The School of Life (do escritor e filósofo suíço Alain de Botton), diz que “Tentar mostrar ao mundo a melhor imagem de si mesmo é um pouco como se dedicar a um trabalho: você desenvolve habilidades, escolhe melhor as palavras e aparências que vai usar e obtém satisfação quando vê que seu produto teve sucesso”. Ou seja, o produto, é você!

Expor-se na rede social como marketing pessoal é muito perigoso para a saúde psíquica do ser humano, por que a pessoa passa a perseguir uma vida que não existe, somente para mostrar as pessoas e até mesmo para causar inveja. Hoje em dia o facebook virou mania mundial, chegando ao vício para muitos e também a total ausência da vida privada, um reality autorizado pela sociedade. Até que ponto isto é saudável?

Eu sou super suspeita para confrontar isto, atualmente monitoro 12 mídias e ainda produzo conteúdo digital ou seja passo maior parte do meu dia na web. Mas tento me vigiar naquilo que posto, até onde exponho minha vida ou não. Publico muito mensagens e versículos bíblicos, às vezes viagens e passeios, mas não tudo. Tem aspectos da minha vida que faço questão de reservar. Mais o que tenho notado, até mesmo a partir da minha vida, é que o excesso de tempo gasto na rede social, tem roubado muitos afazeres essenciais.

Na carta de 1 Pedro 1, 13 é dito que: “ Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo;” O que temos feito com nosso tempo e entendimento? O que sinto neste tempo em que estamos vivendo é que esquecemos ou deixamos de lado a palavra vigilância! Como as sentinelas estão apagadas nesta era digital?

Ter um vida low profile hoje em dia é um luxo que poucos se dão o direito de ter, vale a pena filosofar e questionar até que ponto, nós cristãos, podemos ou devemos ser, facebookianos. Fato é, esta mídia social vem crescendo cada vez mais rápido, mais do que a própria internet e as pessoas precisam se sentir seguras para continuar a utilizar a plataforma mais famosa do mundo. Ele está entrando fortemente na plataforma móvel e apostando agressivamente na geo localização.

Então a pergunta que eu deixo para você refletir é: Qual o propósito disto? 

Um forte abraço, 
Caminhando na fé,

Tatiana Souzza


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